Desde então, esse tem sido o assunto da vez no mundo da tecnologia, e que promete ser cada vez mais crescente já que tem sido dado como o futuro da internet. Além do Meta, várias outras gigantes da tecnologia estão investindo pesado no metaverso como a Microsoft, Roblox, NVidia, entre muitos outros. Mas será o metaverso, o próximo grande avanço que vai revolucionar a maneira como todos nos conectamos? É apenas um novo empacotamento das tecnologias existentes em um novo conceito abrangente? Ou é apenas um novo termo de marketing? Nesse artigo, vamos explicar todos os detalhes que estão por trás desse “novo universo” para ajudar você a ficar por dentro de tudo que está acontecendo.  

A mudança de Facebook para Meta

De acordo com o anúncio de Mark Zuckerberg, a empresa se concentrará em criar o seu metaverso, ao qual vem divulgando há algum tempo. O conceito do antigo Facebook era conectar pessoas por meio de suas redes sociais, incluindo Instagram, WhatsApp e sua rede de origem, o Facebook. Mas, à medida que a gigante da tecnologia está fazendo a transição para sua nova identidade, muita coisa está mudando. De acordo com o seu anúncio oficial, o Meta agora será uma empresa de “tecnologia social” e que se concentrará na criação de experiências Realidade Virtual e Realidade Aumentada, que poderão ser vistas em seus produtos como fones de ouvido e óculos de realidade aumentada. No que se refere ao metaverso, a empresa pretende focar em experiências virtuais de imersão para os seus usuários, que poderão interagir com outras pessoas e compartilhar as coisas que compram no mundo virtual. Mark Zuckerberg afirmou: “você será capaz de fazer quase tudo que imaginar. Reunir-se com amigos e família, trabalhar, aprender, brincar, comprar, criar. Haverão também, a experiências de coisas totalmente novas que realmente não se encaixam na forma como pensamos sobre computadores ou celulares hoje.” Recentemente o CTO da Oculus, John Carmack disse: “Mark Zuckerberg decidiu que agora é a hora de construir o metaverso, então as engrenagens estão girando, os recursos estão fluindo e o esforço definitivamente será feito.”

 

Projeto Nazaré e Cambria

O meta está desenvolvendo um par de óculos de realidade aumentada apelidado de “Projeto Nazaré” e esse foi  dos anúncios mais surpreenderam no último Facebook Connect. O óculos terá um design simplista e é a aposta do Meta para a evolução dos robustos óculos de realidade virtual que estão no mercado hoje em dia. Esse será um grande passo na modernização de tecnologias para o futuro do Meta e do metaverso em geral. O objetivo deste produto é torná-lo o mais parecido possível com os óculos normais, no entanto, ainda há muito trabalho a fazer e anos de desenvolvimento. O motivo óbvio é a quantidade de desafios para fazer um produto como este, por conta de tecnologias como monitores de holograma, baterias, câmeras, alto-falantes e sensores em vidros com cerca de 5 mm de espessura. Outra revelação importante foi o novo protótipo de um fone de ouvido de realidade virtual que se chama  Projeto Cambria. O meta está trabalhando em novos fones de ouvido VR, como Oculus Quest Pro e Oculus Quest 2 Plus, mas este não se trata de um “Oculus Quest 3”, mas sim de uma versão de ponta de fones de ouvido VR. O Meta também anunciou que apoiaria os desenvolvedores na criação de aplicativos e jogos para RA, mas Infelizmente a empresa não compartilhou mais informações sobre o fone ou sobre uma data de lançamento  

Horizon e Workrooms Worlds

Com a compra da inovadora fabricante de óculos de realidade virtual, Oculus VR, em 2014, o Meta (Facebook na época) começou a mostrar um aparente interesse de investimento no conceito do metaverso. No ano de 2019 a big tech anunciou que estaria desenvolvendo um universo virtual, o Facebook Horizon, que só poderá ser acessado através do seu Óculos VR. Em agosto deste ano, o Meta mudou o nome da plataforma para Horizon Worlds. O anúncio chamou a atenção por apresentar uma plataforma de realidade virtual muito mais robusta do que qualquer uma que tenha sido criada até hoje. Segunda o Meta, os usuários terão um poder de criação bastante amplo, que vai desde criar sua própria roupa até seus próprios jogos, tudo com as ferramentas de criação que a plataforma irá fornecer. Muitos relacionaram muitas semelhanças do Hoziron com é visto no livro e filme Jogador Nº 1, que apresenta uma realidade de uma experiência completa em termos sociais, onde as pessoas fazem todas as suas atividades no mundo virtual. Atualmente o Horizon está em fase beta, com acesso permitido somente para convidados e sem data para ser disponibilizado no mercado. Mas em agosto deste ano, o Meta anunciou o Horizon Workrooms que poderá ser uma prévia do que o Horizon Worlds promete.  O Workrooms é voltada para o mercado corporativo, em específico para reuniões empresariais e tem a proposta de melhorar a experiência de trabalho remoto, através de avatares 3D, som espacial, realidade mista entre outras tecnologias. Assim como o Horizon, o Workrooms está disponível somente para convidados e só pode ser executada pelo Oculus Quest 2, mas já estão experimentados pelos funcionários do Meta, para o aperfeiçoamento da plataforma.

 

Definição do Metaverso

Em teoria, o metaverso é um ambiente virtual, que vai permitir a interação das pessoas digitalmente, onde relacionamentos, entretenimento e até negócios poderão ser feitos de maneira imersiva. A expressão foi criada pelo escritor Neal Stephenson, e foi pela primeira vez no seu livro de ficção científica, Snow Crash, de 1992. Stephenson traz o primeiro conceito de mundo virtual como conhecemos hoje, aonde o descreve como um “lugar imaginário, que pode ser disponibilizado ao público através de uma rede mundial, projetado em óculos de realidade virtual”. Neste conceito, os desenvolvedores poderiam construir uma realidade que se assemelhasse com a vida real completa, aonde elas poderiam fazer coisas como comprar, viajar, ter relações amorosas, e etc. Um dos fatores mais básicos dessa realidade, é a liberdade de criação aonde leis como a gravidade, podem ser ignoradas permitindo que os usuários pudesse assistir um show pairando no ar, por exemplo. Em 1995, surgiu a Active World com uma proposta totalmente baseada no conceito de metaverso do Snow Crash. Basicamente, a plataforma era um universo com vários mundos virtuais em 3D. Mas foi somente em 2003, com o lançamento do Second Life (Segunda Vida em tradução livre para o português), que o metaverso começou a despertae o olhar do mundo para a realidade virtual e se tornar um termo de consenso geral no mundo da tecnologia. Second Life é um plataforma de mundo virtual em 3D e tem como proposta a simulação da vida real através da interação dos usuários por meio de avatares. Uma das características de mais destaque, é a liberdade de ações que existe dentro da plataforma e a possibilidade de personalização do usuário. Hoje, a plataforma conta com uma base de um milhão de usuários regulares e possui sua própria moeda virtual, a Linden Dollar. Com o passar dos anos, outras plataformas de realidade virtual foram lançadas, no entanto, nenhuma delas exigem a necessidade do uso de um óculos de realidade virtual.  

Metaverso como a próxima geração da Internet

Os tecnólogos dizem que a internet acabará evoluindo para o metaverso e que ele será a próxima grande plataforma de computação. Se o conceito puder ser atualizado, espera-se que seja tão transformador para a sociedade e a indústria quanto foi a telefonia móvel. A Internet hoje é muitas vezes o principal ponto de entrada para milhões de pessoas acessarem informações e serviços, se comunicarem e socializarem, venderem produtos e se divertirem. O que se espera, é que o metaverso replique essa proposição de valor, sendo que uma das principais diferenças será a distinção entre estar offline e online. Isso pode se desenrolar de várias maneiras, mas muitos especialistas acreditam que a realidade estendida, que é a combinação de realidade aumentada, virtual e mista, terá o papel mais importante. A ideia central para o conceito de metaverso é de que ambientes virtuais 3D que são acessíveis e interativos em tempo real se tornarão o meio transformador para o engajamento social e empresarial. Para que se tornem práticos, esses ambientes dependerão da adoção generalizada da realidade aumentada, ou seja, o consumidor precisa entender de fato o que tudo isso pode se tornar. As tecnologias XR estão estavam direcionadas a um subconjunto de videogames e aplicativos corporativos de nicho. No entanto, à medida que os jogos se tornam cada vez mais plataformas para experiências sociais, aumenta a probabilidade de que suas características possam ser aplicadas a outros contextos.  

NFT’s e moedas virtuais

NFT (Token não fungível) é um um certificado digital que define a propriedade de uma pessoa sobre algum bem, que pode ser uma imagem, música, vídeo, um texto, e etc., e é baseado em blockchain, a mesma tecnologia das criptomoedas.  As criptomoedas como o Bitcoin, ganharam a atenção do mundo de investimentos e se mostram cada vez mais forte com o passar do tempo. Esse processo pode ser notado através da circulação e uso de criptomoedas personalizadas, dentro de realidades virtuais que já existem hoje em dia. Esses ativos estão em processo de evolução e são tidos como o futuro da economia, tanto que as empresas de tecnologia estão buscando se adequar a essa nova tendência.  

    Em termos gerais, qualquer empresa pode criar “um metaverso”, desde que estejam de acordo com o conceito original, assim como qualquer pessoa também pode criar seu próprio jogo ou rede social, por exemplo. Nesses casos, o gerenciamento de servidores, fiscalização de conduta do usuário e definição de regras seria feito por uma única entidade, para garantir o funcionamento da realidade virtual. Mas, quando falamos de “o metaverso” estamos falando de uma realidade compartilhada, com uma arquitetura completamente aberta, que seria regulamenta por várias entidades e servidores que se comuniquem entre si. A world wide web (www) e o e-mail mostram como isso funciona no mundo da internet, mas esforços semelhantes para estabelecer os padrões do metaverso ainda não obtiveram sucesso. O fato é que muitas empresas, como Meta e Microsoft, estão trabalhando em uma espécie de “metaverso” com o objetivo final de assumir o controle dessa nova realidade virtual que irá se estabelecer. No momento, é bastante arriscado dizer que qualquer metaverso controlado por uma empresa se torne popular, como o Horizon Worlds. Na ausência de algum tipo de padrão descentralizado viável emergindo, veremos dezenas de metaversos, em diversas versões.   Existem muitas dúvidas sobre como o metaverso funcionará de fato e como questões éticas, como a privacidade, serão trabalhadas dentro da realidade virtual. Um fato sobre problemas com privacidade é o do Meta (Facebook, na época) estar sempre envolvido em escândalos de privacidade, sendo o Cambrigde Analytica o mais conhecido deles. Também existe a dependência de NFTs como base para a criação de valor e da ampla adoção deles como uma ferramenta para o comércio de bens. Os NFTs poderão desempenhar papel importante, como acelerar o uso de ecossistemas de XR como lugares onde as pessoas vão para combinar elementos da economia digital com suas vidas offline. A ideia do metaverso pode parecer promissora, e é por isso que muitas das principais empresas de tecnologia do mundo estão investindo em seu desenvolvimento. O metaverso ainda não existe de fato e até então não há nada que possa ser legitimamente identificado como um, mas, se se concretizar, transformará o comportamento do consumidor e das empresas.  

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